Raramente entro em blogagens coletivas ou comemorativas, mas ao ver o post da Lady Bug e lembrando de um post não muito feliz de uma amiga sobre as favelas, lembrei que blogueiro tem essa responsabilidade de levantar sua voz (mesmo tímida como a minha) a favor de algumas questões universais e a igualdade é uma das mais fundamentais dos nossos tempos!

Hoje é dia da mulher… Espero que não só hoje… 

Sei que a maioria dos leitores de um blog como este são visitantes casuais e não fazem ideia quem sou eu portanto explico: Sou um humano do sexo masculino, casado, heterossexual… Acho que vale a pena explicar o heterossexual pois sob esse rótulo se misturam as pessoas que simplesmente não tem desejo sexual por outras do mesmo sexo e as que tem medo de ter. Estou no primeiro grupo.

É importante dizer isso porque não tenho o menor receio de me “feminilizar” e logo abaixo ficará claro que nada do que tenho a dizer faria sentido se eu tivesse medo de deixar de ser macho.

Eu já fui mulher…

Foi um tempo difícil profissionalmente. Estava sem perspectivas, mas tão sem perspectivas que nem mesmo tinha por onde tentar mandando currículos ou fazendo concursos. Só me restava trocar de lugar com a minha esposa.

Enquanto a mulher da família ia para o trabalho eu ficava aqui lavando, secando, aspirando, varrendo, tirando pó, fazendo comida e sem perspectiva de vida.

Foi horrível! Até sonhar que ia ao inferno e encontrava com uma versão andrógina de mim eu sonhei!

É claro que há o agravante de estar em um papel para o qual não fui culturalmente preparado e de estar totalmente sem perspectivas (ainda bem que esse tempo já se foi faz uns 10 anos), mas me levou a pensar muito seriamente sobre ser mulher.

E daí? 

Estou longe, “longíssimo”, de ser uma autoridade, mas quer saber? Não vejo mais diferenças entre homens e mulheres do que entre homens e homens, mulheres e mulheres etc.

Pode ser que a mulher que levanta mais peso levante menos peso que o homem que levanta mais peso, mas no dia a dia é mais provável que a mulher supere o homem do que o contrário meramente porque ela tem que ter mais garra, muito mais garra do que nós para vencer os muros culturais impostos a elas.

Apesar disso elas ganham menos, apanham mais e sofrem discriminações de todo tipo. Aliás, como bem lembrou a Lady Bug, o mesmo vale e se intensifica para pobres e/ou negros.

E daí que a gente comemora o que está bem, mas age e reflete (não necessariamente nessa ordem) a respeito do que definitivamente não vai bem.

No dia das mulheres a minha sugestão é que todo leitor deste post se pergunte: o que posso fazer para diminuir as discriminações contra as mulheres? Em seu próprio comportamento e no seu ambiente de trabalho.

Tá pouco…

Este post tá pouco! A gente, nós humanos, nós terráqueos, merecemos muito mais, no entanto é o que tenho para dar no momento: meu testemunho e uma convocação à reflexão e ação.