Acabo de descobrir porque gosto tanto da Björk.

Ela é uma das artistas mais originais do nosso tempo, mas não é por isso.

Suas músicas e outros trabalhos são preenchidos de um simbolismo que me seduz.

Ah! Sim, ela também nos seduz com sua juventude imutável, a imagem entre a força e a suavidade, entre o berro do trovão e o tamborilar da chuva. Mas também não é isso que me encanta.

Existe também a riqueza de nuances nos arranjos e harmonias das suas composições e a intensidade dos sentimentos.

De tudo isso eu gosto muito, mas hoje descobri porque tenho que ouvir Björk mesmo quando não acho agradável.

Ao cantar a rigidez de sua terra, a Islândia — onde vulcões, gelo, geizers e a morte são tão presentes quanto o são as árvores, o mar e a vida para nós — creio que ela acaba por cantar a luta da arte e da consciência para sobreviver no terreno árido da sociedade do espetáculo e da cultura de massas.

Tá, eu sei que viajo um pouco nos meus insights, mas fazer o que se eles me tomam de assalto? :-)