Antes de ler este post dê uma olhada na petição on line contra o aumento que já foi assinada por mais de 100 mil pessoas até agora.

Ainda outro dia uma amiga me perguntou o que eu achava de falar sobre isso. Bem, na verdade não acho que a corrupção ou o salário dos políticos sejam problemas, são sintomas. Por isso raramente faço discursos inflamados ou não sobre estas coisas.

É claro que o aumento é absurdo, imoral, irracional e uma profunda demonstração de falta de respeito e de consciência e não deve ser permitido. Também é claro que a vocação política exige caráter e as punições para a falta de decoro ou de ética deveriam estar entre as mais rígidas, mas combater esses sintomas não curará a doença. Talvez até a mascare até que seja tarde demais e precisemos amputar os membros comprometidos um a um.

A doença que devemos combater vem provocando grande parte da violência, da miséria, do medo, da corrupção (que não começa e não termina nos políticos, mas permeia a sociedade) e de tantos outros males que afligem setores da vida pública e privada; e quando falo em vida privada me refiro aos nossos namoros, amizades e relações de trabalho.

A doença é uma crise de individualismo que nos impede de agir como um grupo e nos leva a um tipo de sociedade de cucos. Em vez de nos mobilizarmos para modificar nosso mundo tentamos obter recursos para criar mundos particulares para nós mesmos: compramos um carro em vez de exigir um transporte público decente, construimos muros ou compramos armas em vez de trabalhar pela segurança pública e redução da injustiça social, votamos nulo em protesto, mas não votamos conscientemente para eleger bons políticos.

É inútil brigar contra esse aumento ou aquele esquema de corrupção se não mudarmos nossa forma de ver o mundo, se não seguirmos o exemplo de gente como a Corrente Falcão e muitos outros que procuro indicar na sessão de links do meu site.

Há solução para o estado em que nossa civilização se encontra, mas precisamos nos curar desse sedentarismo moral em que nos encontramos.

Um bom começo é doando sangue, afinal apenas 2% dos brasileiros fazem isso… Se apenas 5% de nós o fizesse os bancos de sangue não estariam sempre em baixa e correntes pedindo sangue para crianças seriam desnecessárias!