Passados alguns dias do acidente da Tam onde 200 pessoas morreram creio que a gente tem alguns pontos interessantes a observar.

O primeiro deles é a prontidão com que o presidente foi responsabilizado pelo acidente. Cheguei a comentar com uma das poucas pessoas que eu conheço que é qualificada para dar uma opinião jurídica.

Bem, pelo jeito ele pode ser responsabilizado, mas continuo achando estranha esta prontidão em voltar todos os holofotes para o cara quando pode muito bem ter havido bloqueio de informação, afinal a gente sabe que os militares preferem deixar os problemas restritos à caserna.

Por outro lado tem o segundo ponto notável nessa história que é a criação de defesas fictícias para livrar o presidente da sua responsabilidade. Um deles eu acabo de receber por email: a entrevista fictícia com o ganhador fictício de um Nobel fictício intitulada  Nobel de Psiquiatria indica Sexo para Mídia Brasileira.

Como cidadão do século XXI considero a desinformação ou fabricação de verdades um dos mais hediondos crimes, mesmo que concorde com um bocado do que está na entrevista fictícia.

Ainda em “defesa” do governo Lula temos a entrevista REAL com a Marilena Chauí no Conversa Fiada de Paulo Henrique Amorin intitulada A Invenção da Crise. Defesa entre aspas porque ela reserva algumas farpas para criticar a atuação da presidência, mas pode ser só para não parecer muito parcial já que sabemos como ela se coloca a favor do governo Lula.

De tudo isso eu tiro apenas uma lição realmente importante e nada nova: A imparcialidade da nossa mídia e dos formadores de opinião está seriamente comprometida tanto a favor da situação quando a favor da oposição.

Tá, eu sei que não estou falando nenhuma novidade e que os mais antenados já não acreditam na TV, jornal, revistas ou mesmo nos blogueiros, mas é importante que a gente pare por um minuto para nos perguntarmos como fazer para encontrar a verdade sob as várias camadas de parcialidade que são despejadas diariamente sobre nós.

A minha primeira sugestão é: não acredite em nada! Muito menos no que chega no seu email. Confirme tudo! Da existência dos entrevistados até as informações (será mesmo que apenas 5 pistas no país tem as tais ranhuras?).

Enquanto não houver como confirmar o que você está lendo não forme sua opinião! Não se deixe manipular nem pelo ódio ao presidente, nem pela complacência com o herói do povo eleito duas vezes. Essa é a minha segunda sugestão.

Não tenho uma terceira sugestão, mas quero destacar uma das coisas que a Marilena Chauí apontou…

O caos aéreo é extremamente favorável para promover uma comoção popular a favor da privatização dos aeroportos e toda a enxurrada de licitações, lobbys, superfaturamentos e arranjos decorrentes disso.