Nem só de considerações teológico-filosóficas vive um nerd ;-)

Ontem foi o aniversário, ou melhor, foi a comemoração do aniversário de uma amiga muito querida. Se ela decidisse comemorar sentada no meio-fio, na chuva, bebendo cachaça e batendo papo com os bêbados eu iria! ;-)

Felizmente ela tem excelentes amigos e bom gosto!

Ela decidiu comemorar no show das Chicas e do Moska no Circo Voador. Foi ótimo, é claro! Papos ótimos, companhias ótimas, clima ótimo (adoro frio), música ótima etc. ótimo!

Mas…

Digo que as Chicas são maravilhosas desde o show delas que vi em 2004 no Jockey (e nem foi um post apaixonado como deveria). Saí de lá arrepiado e o sentimento era quase uma unanimidade entre todos que iam aos shows daquela época. Quem viu sabe do que estou falando.

Não é que elas estejam ruins! Se você as escutar hoje, seja no CD que lançaram (“Quem Vai Comprar Nosso Barulho?”), seja em shows, com certeza vai adorar (tirando as questões normais de gosto pessoal). É que, se você as acompanha desde 2003 sente que falta algo.

Encontrei por lá com outros velhos fãs que parecem achar o mesmo. O que será que falta?

Enquanto escutava o Moska tocando último Dia com a mesma “viceralidade” de 10 anos atrás me ocorreu que pode ser difícil manter essa intensidade enquanto tentamos nos ajustar aos supostos anseios das massas.

Para fazer arte que agrade gregos e troianos podemos acabar não fazendo mais arte e sim cultura de consumo.

As Chicas estão longe disso! Pode faltar um pouco da experimentação dos primeiros tempos, um pouco do tesão da descoberta, mas tem muita arte naquelas quatro e pode ser que só falte um pouco de audácia para deixar sair o que remexe lá na boca do estômago quando pensam na vida e nos ventos dos nossos tempos.

Tenho certeza de que ainda virão muitas boas surpresas desse quarteto, ainda mais bem acompanhadas que estão de gente como o Moska!