Imagem: material promocional do filme

Tem um monte de filme antigo que não vi, A Mentira (Easy A) é de 2010.

Sempre me chamou a atenção quando passava no menu, mas achava que era um filme bobo sobre tirar nota A na escola.

É um filme bobo na superfície sim, uma comédia adolescente, mas não é sobre tirar nota A no colégio. O A vem de A Letra Escarlate Nathaniel Hawthorne e isso já é um sinal de que o filme vale o nosso tempo!

Pode ler meus comentários sem medo de spoiler porque o trailer do filme já mostra o início, meio e fim. O que tem de errado com esse pessoal de marketing?

Mas, bem, uma amiga maneira comentou no FB que adorava o filme e, se ela gostou, devia ser bom.

E é mesmo!

A sinopse é essa: A Olive (Emma Stone) inventa uma mentirinha que acaba se espalhando pela escola inteira.

Seria um daqueles filmes constrangedores que nos dá pena da protagonista se ela não fosse uma mulher super-resolvida que tem os pais que todo mundo gostaria de ter (ou pelo menos muita gente; tenho amigos que não gostariam).

Acho que o que agradou minha amiga no filme foi essa força da Olive.

Adolescentes (a amiga é adolescente) são muito pressionados a se enquadrar nas regras sociais e, mesmo sem amigos perversos, é doloroso se perceber inadequado ou inadequada para o meio. E claro que é muito pior para mulheres, né? Basta lembrar que no livro de Nathaniel Hawthorne a mulher tem um caso com um pastor, mas as punições maiores são para ela.

Uma das coisas legais é que, apesar de ser de 2010 já é bem atual até com canal da protagonista no YouTube. Eu assinaria o canal dela hehehe.

Por trás da confusão (digna de um Muito Barulho por Nada) que vai se sucedendo na vida de Olive vamos nos deparando com um monte de questões adolescentes, mas que valem muito para adultos também já que andamos bem enrolados com os conceitos de amadurecimento, juventude, infantilização etc.

Mas como não vou fazer spoiler fica apenas a dica: as personagens femininas fortes que vemos nos últimos anos (Rey, Jessica Jones e outras) não saltaram do nada, elas vieram surgindo de gente como Elizabeth Shaw (Prometheus – 2012) e Olive.

Assista! Sou um cara velho (tipo 50 anos), homem, hétero e gostei muito do filme. Não que isso importe muito, né? Só quero dizer que, além de boas risadas, a história pode ser inspiradora para muita gente.