Deixo amigos vivendo sua espiritualidade em um centro espírita e me perco nos arredores da Tijuca.
Muitos prédios novos, outros tantos em construção, então uma casa abandonada ainda com as cores das vidas que testemunhou. Mais um quarteirão e outra, vazia por dentro, dela restam apenas as belas paredes externas e alguns sinais de que, antes de falecer, foi reformada por dentro.
O passado tem essa triste qualidade: ele passa, ele vai se apagando, desaparecendo nas névoas que vão nos modernizando, as névoas das modernizações que nós mesmos desejamos e construímos.
Por um lado é triste, por outro será que o passado mais importante não é preservado? Ou será que temos falhado em preservar algumas coisas preciosas, como a lentidão que contempla a vida? Será que temos salvo o que devíamos deixar para trás como o medo que demoniza o que não vê o mundo como nós?
Volto ao centro e me sento para escrever esse post e escuto um longo monólogo de um homem e seu ouvinte, um monólogo sobre selecionar quem pode ser aceito num templo religioso, determinar quem é puro o suficiente, como se a religião fosse um refúgio de bons e não um espaço de reencontro e recuperação.
Enfim… O tempo desliza entre paredes antigas, mentes velhas… E a humanidade segue em direção a um destino sempre desconhecido.