A lua cheia aparece no céu encoberta pelo véu da noite, nuvens que a envolvem como um fino tecido transparente traçando linhas em sua superfície brilhante.
Impossível não pensar nas florestas que, ainda ontem, se estendiam sob este céu no lugar dos edifícios de Copacabana… As florestas e suas feras noturnas.
O pipocar de um tiro distante denuncia que a noite ainda desperta predadores e o perigo continua a se espalhar sobre a terra úmida. Apenas sua aparência mudou! Antes era um animal, índios defendendo suas culturas, escravos buscando a liberdade… Hoje são outros os caçadores.
Por trás do véu ela assiste a passagem das eras indiferente ao maniqueísmo e à disputa entre seus filhos afoitos e ambiciosos. Seguindo seu curso a lua cheia oferece sua luz para iluminar os passos indecisos que sobem as escadas em direção ao morro, em direção ao lar.