Desconfio que já comentei aqui que fui batizado católico quando tinha 11 anos. Até então permaneci pagão como se costumava dizer, mas como não morri tive tempo de me converter e salvar minha alma. E tudo por causa de uma freira com quem passei talvez mais de uma hora conversando quando eu tinha apenas uns 8 anos.

Quem acompanha este blog provavelmente percebeu que tenho hoje grandes críticas ao cristianismo, entre elas essa história do mártir. Francamente, não tem como aceitar que um sujeito foi sacrificado como num ritual pagão sendo castigado pelos erros de toda humanidade liberando-nos para fazer todas as besteiras imagináveis e, depois, irmos para os céus meramente aceitando o nome do cara oferecido em sacrifício.

Ainda assim é incrível como, a despeito de todo rancor e resmungos que possamos emitir, todos somos frutos da nossa época.

Falo assim pois, apesar de crítico do cristianismo e dessa ideia do sacrifício entre outras, no fundo acredito em salvadores, em messias. Basta ler o que escrevo aqui e, principalmente, no meu site.

Quando falo em ongs e sociedades civis tentando salvar nosso mundo há uma ponta da velha ideia de poucos se sacrificando pelo bem comum. Será que isso está certo? Não seria mais sábio deixar a civilização seguir seu curso natural com a intolerância e os abismos sócio-econômicos e culturais? Principalmente quando a maioria parece estar muito menos interessada em qualquer salvação que possam lhes oferecer do que em ter alguma fama, ou pelo menos algum luxo?