“Chegou o Aquecimento Global! Acabou a água do sudeste”

“As empresas de água deixam 40% vazar por falta de manutenção”

“Indústria e agronegócios consomem 59% da água e pessoas apenas 6%”

Tudo parece nos dizer que não adianta nada pouparmos água e energia, que o governo é que tem a obrigação de pressionar o agronegócio e as indústrias enquanto as mudanças climáticas não tornam impossível resolver o problema e… Boom, acabou a civilização.

Quanto mais assustados nós ficamos, menos somos racionais. Vamos tentar dividir as coisas e manter a lógica em forma.

  1. É uma emergência. Toda economia que puder ser feita é vital: colher água do banho, preferir água da bica a engarrafada, não lavar calçada, coletar água do ar condicionado, substituir o ar por climatizadores até quando for possível.
  2. Temos que nos informar e pressionar o governo e empresas para resolver os problemas. Esse apocalipse pode ser evitado por mais que o Aquecimento Global comprometa o clima.

O que podemos fazer (o item 1)

Melhor do que listar coisas acho que podemos desenvolver um pensamento crítico:

Estou fazendo isso da forma mais eficiente do ponto de vista energético e hídrico? Eu chamo apenas um elevador e sempre o mais próximo? Deixo a água aberta desnecessariamente ao tomar banho, fazer barba, lavar louça, escovar os dentes?

Algumas coisas não são muito claras.

  • Máquinas de lavar louça gastam muito menos água (até 80%) do que a lavagem manual
  • Água em garrafa custa quantidades absurdas de energia e água. Um bom filtro é sempre a melhor solução (pode ser 2 mil vezes mais barato inclusive)
  • Climatizadores (esses que sopram ar úmido) podem nos ajudar a ter que ligar o ar-condicionado muito menos
  • Reduzir o consumo de alimentos que demandam muito uso de água como carne de boi, porco e aves na ordem do pior para o “menos pior”
  • Pesquise, questione todo o seu consumo de água e energia

O que precisa MESMO ser feito (item 2)

É verdade que nossos sacrifícios não resolverão a crise hídrica. Que ela é responsabilidade de grandes corporações (indústrias, concessionárias e agronegócios) que se valem de poder político para não ter que investir em formas mais sustentáveis de utilizar a água.

Concessionárias de água: As tecnologias para detectar e corrigir vazamentos rapidamente já estão disponíveis. As obras para melhorar esse sistema podem ser iniciadas imediatamente conforme a manutenção for sendo feita. É possível prever por sistemas de gestão do conhecimento que tubulações trocar antes que elas apresentem defeito (eu mesmo já desenvolvi com muito sucesso um sistema que fazia isso para tanques de combustível para uma distribuidora nacional).

Indústrias: A água pode ser reutilizada em circuitos fechados ou parcialmente fechados. Elas podem ter reservatórios próprios para coleta de água da chuva, por exemplo.

Agronegócio: Além de reservatórios próprios de coleta de chuva há uma infinidade de técnicas modernas para otimizar o uso da água em plantações e criação de animais.

Governo: Fiscalização da poluição de aquíferos, dispositivos para utilização de águas pluviais e fluviais e outras obras alám de dar estímulos para uso de energia solar (a instalação de um sistema residencial está em torno de 50 mil reais), implantação de medidores de água individuais, sistemas inteligentes de medição do consumo de luz.

Fontes

História da água em garrafa (também via Distopia)

Artigo na Revista de História:

Artigo no blog Cosmopista (bom para sabermos o que cobrar de quem)

Imagem ilustrativa: Sísifo – Geek Café