Por uns dois anos a gente passava três dias por mês totalmente longe da civilização lá em Itacuruça. Foi uma época especial que a gente anseia por reviver, mas para tudo tem um tempo, né?

Estou lembrando das mesas de jantar regidas pela Agnes Moço (que não consegui assistir cantando Mozart hoje) quando até escravos de jó parecia peça de Shubert…

O leque de possibilidades que temos diante de nós hoje é quase infinito, não é? Podemos fazer tudo que as pessoas antes de nós faziam: contar histórias em torno de uma fogueira, pescar, cantar, escalar, dormir vendo as estrelas e fazer piquenique. Além disso tem outra infinidade de coisas novas que podemos fazer.

Apesar disso tenho a impressão que a gente acaba curtindo muito menos coisas hoje do que ontem. A mídia ansiosa pela nossa atenção nos dá um monte de distrações enlatadas que digerimos sem sentir o gosto.

Culpar a TV é besteira, aliás, culpar qualquer um é besteira. A gente é fruto do nosso tempo, né? Só temos que parar e pensar de vez em quando se não é melhor plantar outro tipo de fruto.

Quer saber? Está na hora de desligar o computador, a TV, o rádio, fechar o livro e colar o rosto no rosto da Coelha e contar para ela uma lenda sobre as estrelas e minha infância que ela ainda não conheça. Todos nós temos lendas que ainda não contamos!