Estiquei a mão para a prateleira na locadora e peguei o que veio, e era a comédia “Galera do Mal”, em inglês Saved!.

A trama gira em torno de uma menina que cresce mergulhada no meio evangélico: Estuda numa escola evangélica, vai a shows de rock evangélico, escuta rádios evanélicas, tem um namorado evangélico e permanece protegida do mundo por uma bolha evangélica.

Mas o mundo real não é tão simples como pretendem alguns grupos que se isolam dele para dentro das suas convicções religiosas.

A comédia, ao meu ver, consegue uma proeza.

De um lado ela parece uma obra de não cristãos que olham com estranheza as suas idiossincrasias e coloca na mesa vários tabus religiosos como o homossexualismo a homossexualidade, o aborto (de raspão) e as diferenças e liberdades individuais que alimentam outras crenças.

Por outro lado não há julgamento maniqueísta. Não há propriamente um vilão, muito ao contrário. O que vemos são pessoas sinceras em suas intenções que se confundem em função das suas limitações como qualquer um de nós.

Esse é um daqueles filmes “aguados” que passam despercebidos, mas que merecem atenção.

Foi bom assistir esse filme pois, depois de iniciar minha vida espiritual aos 5 anos encantado com uma freira acabei criando uma forte resistência ao pensamento cristão por causa dos radicais da direita cristã. Por outro lado alguns dos pensadores que mais respeito são justamente católicos e protestantes como frei Betto, Leonardo Boff e o reverendo André Mello.