Resolvi me manifestar em relação à proibição da comercialização dos jogos Counter Strike e Ever Quest.

Segundo me informaram o email da Vara que tomou esta decisão, que tem abrangência nacional, é 17vara@mg.trf1.gov.br. Mandei a seguinte mensagem para lá.

Saudações,

Parece-me que partiu dessa Vara a decisão de proibir dois jogos de computador e o fato me preocupa.

Em primeiro lugar, ao meu ver, demonstra o total desconhecimento do que tem alimentado a violência em nossa civilização e, combatendo a fonte errada, deixa-se de lado as verdadeiras raõzes da violência que, mais uma vez em minha opinião, tem mais relação com a falta de objetivos humanos elevados (tão raros em uma sociedade centrada no consumo), na manipulação das massas para usá-las como instrumento de disputas comerciais alimentando a intolerância entre culturas a fim de sustentar conflitos.

Em segundo lugar haveria de se manter a coerência proibindo TODOS os jogos de guerra ou violentos que talvez representem 90% do mercado. Mas que não se proibisse somente os jogos, mas também toda expressão cultural, artística, esportiva (várias lutas olímpicas) ou religiosa que seja usada como justificativa para a violência. A propósito, as religiões deveriam então ser banidas já que certamente superam todas as demais justificativas para a violência?

Há uma razão para não tomarmos uma iniciativa tão radical: essas manifestações supostamente violentas não são causa, mas reflexos de uma civilização violenta. Elas são necessárias até para que tenhamos uma via para a catarse da violência a que somos submetidos diariamente nas páginas de jornal, no noticiário e nos fatos políticos que nos fazem sentir impotentes e usados.

Em terceiro lugar, esses jogos que são jogados em grupo são uma chance de socialização para jovens que, de outra forma, trilhariam o estreito corredor da solidão onde toda a realidade é moldada por uma única mente, a do jovem. E se essa mente não é saudável ele é mais facilmente cooptado pela esquizofrenia ou meramente por uma neurose que pode assumir dimensões catastróficas.

O que estou dizendo é que, ao proibir formas de socialização e liberação da violência (principalmente sem acabar com suas causas) pode ter um efeito contrário atirando jovens que poderiam encontrar alívio e apoio para os seus problemas tornando-se bons cidadãos em um curso de pensamentos que culminará com a sua desintegração social.

Tenho certeza que, se vocês consultarem psiquiatras, psicanalistas e psicólogos de renome a respeito disso haverá um consenso entre eles muito semelhante ao que eu disse embora não seja profissional da área, mas apenas um adulto que conversa muito com as crianças da família e entende como elas lidam com esses jogos.

Obrigado pela atenção.

Atenciosamente,
Roney Belhassof

Para quem mais será que vale a pena enviar?

Estou me lixando para os jogos, mas realmente acho preocupante que enfrentemos as coisas erradas… Assim a gente não sai do lugar!

Resolvi acrescentar um links úteis.