Quando tinha uns 13 12 anos passei quase um ano morando com meus pais na casa de uma tia na Tijuca. Meu pai esteve trabalhando em Brasília então alugamos a apartamento aqui e quando voltamos tivemos que esperar terminar o contrato, essas coisas.
Um dia a empregada colocou o almoço na mesa, era carne assada na panela de pressão, daquelas com jeito de carne da vovó! Quem nunca provou tem que descolar uma avó estepe para conferir este prazer.
Só que naquele dia o gosto estava esquisito. Eu disse a todo mundo, insisti que não comessem, mas nada. Tive que aceitar os olhares de reprovação da minha mãe que diziam “deixa de ser mal educado e falar mal da comida da casa da sua tia pois ela vai ficar triste e magoada e ela tem sido muito boa conosco e muito boa tia para você”. É, os olhos da minha mãe sempre foram muito expressivos!
Fiquei na mesa comendo ao redor da carne enquanto os outros se empanturravam. Depois que a refeição terminou fui na cozinha, olhei para dentro da panela de pressão e lá estava um grande osso branco. O que fazia um osso branco lá dentro?
Acabamos apurando que, quando a empregada colocou a tampa da panela sobre a pia, uma grande barra de sabão de coco colou nela e foi cozida junto com a carne. Felizmente ninguém passou mal e todos me pediram desculpas.
O que eu gostaria de saber é porque ninguém me dava ouvidos naquela época e hoje, toda vez que as pessoas recebem uma foto da Daniela Cicarelli com um suposto traficante ou um boato maldoso, todos se apressam a passar adiante sem dar sequer uma olhadinha num E-farsas, Quatro Cantos da vida para ver se não está jogando sabão de coco no email dos amigos.