A copa do mundo é uma coisa maravilhosa! Antes, durante e depois dos jogos, durante horas, traficantes, filhinhos-do-papai, trabalhadores do dia-a-dia, presidiários, crianças e viciados se unem alcoolizados para soltar fogos, berrar, apitar e grasnar.
Não passam dez minutos sem que exploda uma bomba em algum lugar ou que se escute uma saraivada de tiros.
Minha cabeça já dói dos sustos sucessivos.
É uma festa popular, todos estão felizes, muitos balbuciam com os lábios caídos totalmente embriagados. Eu sei. Isso é alegria, isso é lindo.
Por mim, sinceramente, preferia ter caído em um tempo ou em um mundo onde as festas se dão pelas conquistas práticas do cotidiano e são festejadas com atabaques ou violinos, mas sem o recurso dos trovões artificiais que, insisto em pensar, não passam de uma forma de ter a ilusão de controlar o que nos causa medo todos os dias.