Sempre gostei de shows, de música e de ver aquelas pessoas que subiam no palco para cantar coisas que muitos preferem não compartilhar com ninguém até ser tarde demais.

Bem, hoje a sociedade do espetáculo faz um barulho danado e chega a dar a impressão de que essas pessoas não existem mais, que ficaram lá nos tempos do Gonzaguinha. Mas não é assim não!

Acabo de chegar de um show no Rival, o último de uma série conduzida pelas Chicas (que tem duas filhas de Gonzaguinha como integrantes) e com participação do Moska e da Teresa Christina.

Fiquei ali na plateia do Rival embevecido com o ar puro (não se pode mais fumar em lugares fechados) e sentimentos puros lá em cima.

Tá certo, alguém dirá que os sentimentos não são totalmente puros, mas isso não vem ao caso, o que vem ao caso é que a essência da coisa é a pureza da resposta das crianças e que a vida é, realmente, bonita.

A gente anda desencantado, desiludido, desesperado. É. Mas me lembro como as transformações se parecem com a morte e como a morte causa medo. Em shows como o de hoje a gente não tem como não pensar que toda essa sensação de fim de mundo é o prenúncio do nascimento de um novo mundo concebido nas palavras de poetas como Gonzaguinha.