Disponível na Amazon: O Enigma de Andrômeda, Michael Crichton

É necessário lembrar que o livro é de 1969 e Crichton tinha 27 anos. Assim ficamos mais tolerantes com a falta de papéis femininos e com algumas características da cultura da época, aliás, o livro serve também como uma via de contato com este passado que parece ter sido deixado séculos no passado ainda que persistam vários estereótipos que continuam a nos assombrar sempre que a sociedade fica um pouco mais insegura.

O estilo da ficção, muito comum na época, coloca a ciência como protagonista e vemos extensas e profundas considerações biológicas ocuparem quase toda a leitura enquanto os dramas pessoais recebem uma atenção menor do que coadjuvante. Tenho a impressão que, só a passagem pelas câmaras de descontaminação consomem umas 20 páginas.

Apesar de todo esse cientificismo meio datado Crichton consegue manter uma tensão constante ao longo do livro que foi capaz de me prender, no entanto sou quase da metade do século passado e pessoas de gerações mais recentes podem sentir falta de mais profundidade nas personagens.

Vale a pena parar a leitura em algumas passagens para se informar sobre o tema científico em foco. Alguns deles foram mal pesquisados ou se tornaram obsoletos por pesquisas posteriores, mas ainda assim é uma diversão paralela para quem tem interesse por virologia, medicina, exobiologia e microbiologia.

Imagem: Material promocional da editora