Normalmente faço um post sobre cada livro, mesmo quando é uma trilogia, mas dessa vez escrevi um sobre Divergente e decidi fazer outro quando terminasse a série pois percebi que somente no final eu poderia realmente dizer o que achei (você vai entender lendo o post).

Ah! Pode ler sem medo de spoiler, eu não gosto de contar o que acontece nos livros, prefiro comentar o estilo deles e o que esperar do desenvolvimento da história.

Quando li o primeiro livro fiquei incomodado pelo jeito de contar a história como se a preocupação fosse muito mais o marketing do que a trama.

Sabe quando a pessoa vai escrever uma coisa e pensa assim “vou colocar mais humor aqui, uma paixão adolescente bem boba ali e um monte de dificuldades meio difíceis de engolir, mas que vão fazer o livro vender mais.”?

Então. Tive essa impressão ao longo da trilogia inteira, mas…

Mas eu vi uma trama com espaço para inspirar questões interessantes dependendo de como a coisa toda se resolveria no final. Por isso decidi só escrever depois de ler o terceiro livro.

A trilogia convence?

Tem momentos que você vai pensar “Putz! Que forçação de barra!”, mas francamente acho que a história se resolve bem, viu?

O desenvolvimento da história das facções levanta umas ideias bem interessantes sobre a natureza humana que achei bem adultas, viu? Aliás conheço adultos que ficariam um tempo pensando depois de ler a trilogia: ;-)

Também achei o livro positivo na forma como ele trata as mulheres. Não é perfeito, você vai ver o por quê se ler, mas é bom.

Prestem atenção na Chris… Acabei me amarrando nela, viu?

O teor religioso que eu temia ao ler o primeiro acabou não aparecendo. É uma obra humanista e não é de forma alguma propaganda religiosa.

Acho muito bom quando o autor consegue se distanciar das suas convicções ao escrever. Isso torna as obras mais ricas e instigantes.

Vou dizer que até considero a visão toda um pouco infantil, mas, pense bem, nós passamos por questionamentos infantis a caminho de outros mais… experientes e nem sempre é melhor se afastar da simplicidade infantil. Temos que lembrar também que é uma obra para adolescentes.

No primeiro livro a qualidade das amizades me incomodava um pouco, mas ao longo a obra elas vão se tornando cada vez mais firmes e sinceras.

Além de falar em amizade há muitos valores fortes e reais de auto-sacrifício, responsabilidade, dedicação, amadurecimento e lealdade nessa história e acho que isso é o bastante para fazer um livro que merece ser lido.

Temos obras distópicas melhores para essa faixa de idade, mas está na lista de presentes que eu daria para um menino ou menina de 13 anos.

Imagem ilustrativa: Jaunted.

Capas