Eu estava tomando café quando a voz neutra da repórter veio esgueirando pelas paredes e me atingiu com a notícia.

Deu aquele aperto no peito, umas lágrimas quiseram se formar, mas eu disse para mim mesmo que um dia ele teria que ir, que não foi repentino como tantos outros. Consegui não chorar…

Acontece que, para mim, ele era um pouco meu pai… Eu era um garoto nerd, de poucos amigos e muito do que sou eu devo aos livros que li dele, de Asimov, Tolkien, Monteiro Lobato, Machado de Assis, Kafka (já com meus 11, 12 anos).

Parece que todos os meus pais da infância se foram e Clarke foi o último…