“Balzaquiano é alguém que tem mais de trinta… Porque será?”

Ele ia pela rua deixando os pensamentos emergirem do inconsciente. Sem nem lembrar como chegaram a isso depois de pensar em Rodin, o mesmo que esculpiu “O Pensador”, “O Beijo” e “Os Burgueses de Calais”. Sujeito de trajetória confusa que foi rejeitado na escola de artes e que nunca foi levado a sério até os 38 anos. Parece que era moderno demais para o fim do século XIX.

Freud certa vez escreveu sobre aqueles incômodos “brancos de nomes” quando tentamos desesperadamente recordar como alguém ou alguma coisa se chama e tudo que vem são outros nomes que não parecem ligados ao que procuramos. Um inferno, né? A propósito Rodin também fez “A Porta do Inferno”, mas essa ele deixou inacabada, morreu antes do final.

Ele demorou tanto tempo para fazer a tal porta que no processo acabou criando esculturas tiradas de pequenos detalhes dela, foi assim com “O Pensador”; mas não com o Busto de Balzac.

Vê? A mente é mesmo cheia de pequenos caprichos, de Rodin a Balzac, pelo menos não foi tudo para o quinto dos infernos de Dante.