Calor! O ano vai mesmo virar! Sempre é assim! Ou muita chuva, ou muito calor!

Os preparativos aqui são modestos. Frutas, farofa de alho, tender porque minha sogra adora, Chester como alternativa para uns e prato principal para outros, salada de batatas, um panetone trazido por uma amiga e um pouco de saudades dos poucos amigos que tem pouso garantido aqui em casa. Vocês sabem quem vocês são!

Pensamos em ir na praia depois de alguns anos vendo os fogos de casa, mas o calor e a multidão nos desanimou.

“Medo da violência?”

Que nada! A gente não curte é a mistura de calor com multidão, barulho etc.

Isso me lembra do amigo que está zanzando por Ipanema e periga hipnotizar a praia inteira! Vou dar uma ligada… Será que ele vai encontrar com nossa amiga de Sampa que veio em socorro de um amigo?

Virada de ano para uns é assim: tempo de exercitar os valores da amizade, companheirismo, amor…

Para um bocado de gente é só alegria! Saltar na praia ao som inebriante do techno ou energético do funk banhado de muita cerveja, sorrisos largos como o céu lá em cima e um toque de alienação que uns criticam, mas alimenta as esperanças para o ano que chega!

Até que bateu uma brisinha aqui e o pipocar de tiros e fogos do morro deu uma folga, eles também estão no embalo do funk agarrando-se por um dia ao prazer puro da alegria das transições.

Ah! Esse espírito indeciso que nos divide entre o medo e a paixão pela transformação!

Isso sem falar nas pequenas diferenças que nos fazem viver em mundos ligeiramente diferentes uns dos outros e… algumas vezes, beeeem diferentes…

Se você der uma espiadinha aqui no nosso verá uma gente que se reúne em torno da chama tênue da razão cuja luz sabe deixar nas trevas do passado as convicções obsoletas para abraçar as descobertas do futuro sempre um passo adiante.

Imagem: Hoje Não comprei jornal