Museu da República, hoje, um calor equatoriano e estas três figuras quixotescas capturando em palavras, traços e melodias os moinhos de vento. Procurando uma mesa livre da radiação intensa do sol perguntamos ao garçon para que lado ele, o Sol, está indo. O moço prestativo nos aponta exatamente a direção contrária, insinuando que o Sol se dirigia para o leste!
Olhamos por algum tempo para a cena, aquela enorme estrela lá em cima tostando o asfalto negro cá embaixo, a sombra caminhando lentamente para… para o leste!
Na era da informação, da derrubada de barreiras culturais entre países achamos que estamos livres da ilusão das sombras projetadas no fundo da caverna de Platão. Muitas vezes continuamos olhando a sombra e sequer percebemos isso.
Estatísticas, documentários pasteurizados e dramatizações superficiais criam sofisticadas ilusões, mas não passam das mesmas sombras que iludiam Platão.
Aparentemente ando obcecado com as ilusões de Maya.