Toca o telefone, um velho amigo… Telefones móveis: a falência da privacidade! Enquanto ela caminha pela rua todos escutam sua conversa animada.

– Oi! Cara, que saudades!

– É, agora você mora pertinho da minha faculdade, mas ando tão enrolada! Putz, desde aquele dia que nos desencontramos tenho a maior vontade de passar aí!

– Ah! Não fala assim não que não sou só eu que não ligo! Faz um tempão que você não me liga também!

– Aham, aham… Olha, estou quase chegando em casa, te ligo no fixo, você vai gastar uma grana com celular!

Então vem o turbilhão de estímulos, valores, alguma acomodação e o telefonema é esquecido, dias mais tarde um email, talvez uma mensagem para o celular, pedirá desculpas, explicará como a rotina anda corrida ou simplesmente sugerirá:

“Vamos ao cinema qualquer dia destes?”