Ela ri. Seu rosto ri. Seus passos descalços no barro quente e vermelho do sertão. Riem. Não há ninguém para vê-la, mas lá está ela jovem e delicada, mas seus olhos atravessam as vastidões antes de depois dela.

Como uma agulha suas memórias costuram os ventos que seguem do Chuí ao Oiapoque mudando de cor, mas nunca de espírito.
Logo ali uma família de retirantes, acolá grileiros, uma criança no ventre não imagina que será no útero das ruas de São Paulo que se tornará adulta, outra na sacada da varanda faz projetos de um mundo onde todos são iguais e numa esquina Elois e Morlocks dividem um chopp sem jamais saber…

Entre todos eles apenas o fino véu de Maya.

E lá no meio do nada Maya encontra um velho amigo e logo gargalha como a criança que brinca na chuva.

– Continuam achando que é você que esconde e realidade, né? Quer um pouco de água?

E o nordeste pode festejar uma vez mais pois a estiagem terminou. Enfim chove.