Apesar de o Sol abrir entre as nuvens um rasgo de céu azul em alguns lugares a noite sempre permeia a realidade. Do vão central do meu edifício sobe uma voz feminina, mas grave e gutural como a de quem está engolindo a si mesmo! O tom remete aos velhos cerimoniais, a deuses mais rudes – embora não necessariamente piores – que eram invocados pelos negros em nossas senzalas ao redor de fogueiras, talvez impulsionados pelo medo do deus indígena Jurupari tanto quanto pela saudade de sua terra, dos seus próprios mitos.

Pois lá do fundo do vão central vinha o cântico gutural transportando para hoje os poderes ancestrais do paganismo…

– Demônio!! Não!!!

– Demônio!! Não!!!

– Demônio!! Não!!!

Como que tentando demover o demônio de algum intento malvado; de obrigá-la a fazer algo ruim. Talvez ver a novela, talvez sorrir, vai saber!!