Ver e perceber…

A realidade do que vemos e a ilusão do que vemos é um tema antigo que vem retornando, vide Matrix.

Realmente ver não é observar a realidade, ver é, antes, perceber. Quando olhamos um objeto não enxergamos todos os seus detalhes, nem mesmo enxergamos todos os detalhes que somos capazes de enxergar. A nossa forma de perceber o mundo pressupõe que escolhamos o que vamos ver em dado momento.

Quando olhamos um campo de flores decidimos se vamos nos alegrar com a profusão de cores e formas ou se vamos nos incomodar com os insetos que voam entre as flores. A propósito é ai que reside um dos maiores encantos da arte, a cada vez que olhamos uma obra a percebemos de uma forma diferente de acordo com o nosso estado de espírito.

A percepção, em certo aspecto, se dá pelo que decidimos não perceber.

Estou falando nisso porque acabo de ler um artigo de Renaud Barbaras na coletânea Muito Além do Espetáculo, editada pelo Sesc-SP.

Filósofo (e o Jabor) tem mania de “falar complicado”. Isso sempre me dá a impressão de que estão querendo me enganar e fazer-me aceitar algo que não aceitaria de outra forma só para não me sentir burro. ;-)

Do artigo dele mesmo eu não gostei muito pois nos conduz por um longo labirinto de pensamentos e vai nos guiando por um monte de conclusões com as quais só concordo em parte. Oportunamente falarei mais sobre isso.