Ontem escutei meu pai indignado reclamando do caso Blackwater (uma das empresas que contrata mercenários para ocupar o Iraque) e confesso que não tinha nem ouvido falar.
Em primeiro lugar tenho que dizer: continuo achando uma tolice nos indignarmos e nos preocuparmos tanto com uma série de coisas que não temos como mudar enquanto negligenciamos várias outras que podemos melhorar.
Dito isso… É necessário refletirmos um pouco sobre a transformação da guerra em um negócio, aliás, é bom refletirmos bastante! Não para nos desesperarmos e aceitar o pensamento fixo que nos impõe de que “o mundo está perdido”, mas para repensarmos a nossa forma de ver a paz, a guerra e as formas de resolvermos os nossos problemas: repressão e violência ou compreensão (no sentido de entender o mecanismo) e… Qual é o antídoto da violência? Voto em uma cultura centrada na economia do conhecimento, na arte, na ciência e desconfio que a cultura de consumo e do fundamentalismo religioso são parte da estrutura da violência.
Bem, achei uns quatro artigos úteis sobre o caso da Blackwater (atualizados em 2018 pq os originais morreram):
- Os mercenários de Bush no Iraque: Vermelho.org
- Diário do Grande ABC: Comenta o artigo do O Globo em 2005 sobre o caso
- Violência: Cães de guerra corporativos (também disponível no clipping) – Originalmente esteve na Carta Capital em 2003, achei esse réplica no IBGF
- Nisour Square Massacre – Wikipedia
Um ant�doto �nico contra todos os tipos de viol�ncia � complicado. Contra a viol�ncia no dia a dia (microviol�ncia, em alus�o a microeconomia), essa que nos afeta diretamente, acho que � basicamente educa��o e oportunidades. Educa��o pra saber o que � certo e o que � errado segundo seu pr�prio julgamento independente, e oportunidade pra todos poderem fazer algo construtivo (pra si pr�prios e pro coletivo).
Contra a viol�ncia “em larga escala” (macroviol�ncia), guerras, imp�rios e tal, acho mais complicado um ant�doto. Tem muita gente dependente financeiramente dessas guerras, n�o s� do “esp�lio” (hoje em dia n�o mais ouro, armas, mas petr�leo) mas principalmente da pr�prio economia que gira em torno disso. Quem � que vai querer dar um veto e impor san��es aos EUA (ou a qualquer outro pa�s poderoso economicamente), sabendo que isso geraria um colapso, quando essa pessoa/corpora��o/na��o � dependente desse mercado? A comunidade europ�ia tenta ir contra essa “macro viol�ncia” no discurso, mas quando passa pra a��o a coisa morre, porque a� entra o interesse econ�mico. � uma pena.
Vis�o a curto prazo e interesse pessoal acima do coletivo. � complicado.
Salve Paulo!
Acho que nem mesmo entender a viol�ncia a gente entendeu ainda, n�? Muito menos ainda podemos esperar dos seus ant�dotos… S� sei que repress�o e mais viol�ncia ao meu ver n�o tem se mostrado muito eficientes ;-)
Concordo com vc que o ant�doto deve passar pela cultura e, mais ainda, por uma sociedade centrada na arte, conhecimento e cultura que tenha seu foco no criar e n�o no possuir. Mas � um processo meio complicado. N�o sei bem como realizar esta transi��o.
Realmente o problema macro � mais complicado e acho que ele inclusive dificulta a solu��o do micro. Temo que somente com uma gradativa mudan�a da estrutura da pr�pria economia aliada a avan�os no micro universo poderemos caminhar para uma solu��o.
Acho que a gente n�o pode fazer muito para mudar as coisas, mas talvez esta vozinha t�mida que a gente levanta aqui pode ter pelo menos 0,1 elevado a menos 1000 por cento de influ�ncia, n�? ;-)
Ao menos me d� um pouco de esperan�a e for�a para n�o cair no desespero e fatalismo que anda contaminando muita gente ;-)