Me sinto um pouco pai do projeto da Cláudia Belhassof (minha esposa), Érika Lessa e Marcelo Neves. Não apenas por ser marido de uma das organizadoras, mas por ter participado da primeira edição falando sobre a importância do tradutor ter um site e uma presença online.

Além disso acho a arte da tradução, tão importante na construção do mundo moderno onde as fronteiras entre as diversas culturas precisam se transformar em pontes para sua comunicação e para a combinação da sua riqueza cultural, que me surpreende que não houvesse ainda um programa brasileiro só sobre tradução (a televisão e outros meios podiam se inspirar em iniciativas como essa).

Torço para o projeto estimular o surgimento de blogs, podcasts e videocasts específicos para interpretação, legendagem e outras especialidades dentro da área de tradução. Creio que há espaço para isso e ele deve crescer.

Vivemos a era da automatização do raciocínio. Já passamos pela automatização do trabalho braçal durante a revolução industrial e agora vemos as atividades intelectuais automáticas sendo necessariamente feita por máquinas.

Afinal vivemos justamente o fim das fronteiras de comunicação. A economia cada vez mais globalizada exige a criação de tradutores mecânicos já que seria humanamente impossível traduzir a Internet.

No entanto, da mesma forma que a revolução industrial valorizou o trabalho artístico, a revolução do conhecimento mostrará (ao meu ver) como é precioso o trabalho dos bons tradutores humanos: eles não traduzem ideias, traduzem culturas.