A música é ótima, a vocação para sensibilizar também é ótima, a animação é muito bem feita, mas…
Será que os danos que estamos causando ao meio ambiente são porque algum personagem anônimo está cortando árvores?
Feito assim o filme me passa a ideia de uma indústria ecológica fazendo propaganda para angariar fundos, ou seja, o “money that makes the world go around”.
Hoje me ocorreu que vivemos um tempo parecido com aquele de Luther King, Gandhi, Hippies e outras figuras estranhas que chamavam a atenção do mundo para coisas que ninguém achava erradas e falavam em comportamentos estranhíssimos de igualdade, não violência e liberdade.
Outro bom exercício deve ser o de se colocar na cabeça de Maria Antonieta da França tentando entender os clamores de liberdade, igualdade e fraternidade.
Hoje os estranhos ideais são os que clamam pelo fim da sociedade do espetáculo e do consumo e busca consciente de uma sociedade do conhecimento.
A maioria ainda escuta tais coisas com pena, descrença ou até desprezo, afinal o sentido da vida não é estudar, conhecer, refletir, produzir e admirar arte. O sentido da vida é viver os seus prazeres, não é mesmo? Não é mesmo?
Colocando-me no lugar de um desses mutantes da era do conhecimento digo que preferia que esse vídeo nos ajudasse a despertar para o nosso modelo consumista e nossa conivência silenciosa com um modelo de capitalismo predatório enquanto um capitalismo humanista é possível, necessário e desejável muito embora continuemos a insistir no socialismo como única resposta ao capitalismo.