O monitor do meu computador é uma janela na parede branca que fica diante de mim. De tempos em tempos me levanto, caminho até a varanda que fica logo atrás para ver o sol forte ou as estrelas que parecem derramar sobre o véu da noite uma fina névoa de pó de prata gelada. Assim é o outono, já prenunciando a chegada do inverno.

Na varanda tenho seis pequenas árvores ainda pequenas, mas que um dia chegarão a trinta metros – preciso comprar um terreno na serra para elas.

Apesar de terem todas quase a mesma idade uma é bem menor que as outras. No seu vaso lhe fazia companhia um tapete de uma relva verde e baixa. De alguma forma os comensais observaram que não havia nutrientes suficientes para se alimentarem e crescerem livremente, então se mantiveram humildes, pequenos para não esgotar os recursos.

… Nossa espécie paga um custo muito alto por ter se afastado dessas sabedorias simples que permeiam toda a vida em seu estado natural.