Recicle seu papel, evite copos de plástico, economize água, poupe energia, ande de bicicleta, pratique consumo consciente, mas não para salvar a Terra ou mesmo o meio ambiente necessário para a vida humana. Já é tarde demais para isso.

Talvez se tivéssemos nos empenhando desde a década de 70 ainda fosse possível deter as mudanças climáticas que temos assistido.

Nossa atmosfera é um sistema com 5 quatrilhões de toneladas e passamos alguns séculos “empurrando-a” com nossa poluição e isso sem levar em conta os oceanos que totalizam 1,4 sextilhões de litros (21 zeros) ou 1,4 bilhões de kilômetros cúbicos.

Quanta energia você acha que é necessária para impedir que sistemas deste tamanho se movam? E eles já estão em movimento.

Lembro de como eu me emocionava às lágrimas ao falar na necessidade de mudar nossos hábitos de consumo e relação com o meio ambiente há 30 anos.

Continuo sendo um ativista do consumo consciente e tudo que citei no primeiro parágrafo, mas por que são as coisas lógicas a se fazer e uma forma de desenvolver uma consciência mais coerente: somente a integração ao ambiente pode nos integrar a nossa própria alma.

Quanto ao clima, bem…

Antes de continuar lembre-se da regra número 1 dos mochileiros das galáxias: não entre em pânico! Eras glaciais e aquecimentos globais acontecem a toda hora e, se você tiver sua toalha em mãos certamente não se extinguirá.

A brincadeira não é por inconsequência, mas porque o pensamento de Douglas Adams se encaixa perfeitamente em nossa situação atual.

Nossa espécie insiste em se achar importante. Agora acha que pode destruir toda a vida na Terra simplesmente soltando gases e jogando copinhos de plástico no mar!

Nós mesmos – humanos – sobrevivemos a mudanças climáticas muito mais radicais do que as que veremos nos próximos 100 anos. E na época não tínhamos a tecnologia que temos hoje.

Estamos a caminho de dias difíceis e admitir que nosso objetivo ambiental não é mais impedir as mudanças no sistema Gaia é vital para que possamos tomar atitudes eficazes.

Acabo de perceber que estou tentando comprimir um livro em um post… Vou seguir sem entrar em muitas explicações e contar com os comentários e outros blogs para que os memes se multipliquem e se transformem.

Provavelmente a medida mais importante a tomar neste momento é transformar nosso capitalismo predatório em um capitalismo humanista. A mão de obra miserável explorada que hoje sustenta o capitalismo deve ser substituída por robôs e a humanidade deve poder desfrutar de igualdade de recursos. Se isso não for feito as doenças vão proliferar e as catástrofes naturais exterminarão centenas de milhões de consumidores causando danos profundos ao capitalismo.

A segunda medida é, assumindo que as mudanças climáticas inevitáveis destruirão vários ecossistemas, desenvolver tecnologia para criar ecossistemas artificiais para as espécies mais importantes, seja por razões lúdicas como os pinguins, seja por serem organismos importantes para manter o sistema Gaia como as algas e certos micro organismos.

Fugindo um pouco do assunto – as transformações em nosso clima – inspirado por Douglas Adams temos ainda uma boa razão para resolver os conflitos entre humanos o mais cedo possível: eles consomem recursos que poderiam estar sendo convertidos em dispositivos para garantir nossa sobrevivência.

Neste momento somos extremamente vulneráveis a cometas, meteoros e até a comportamentos mal humorados do nosso Sol.

Os recursos tecnológicos e financeiros que poderiam estar sendo usados para construir um anel de segurança em torno da Terra são desperdiçados com armas de destruição de vidas humanas, um contrassenso possível apenas porque a inteligência coletiva humana é inferior às inteligências individuais.

Talvez o crescimento da Internet e outras formas de comunicação que interligam mais eficientemente nossas consciências individuais sejam capazes de alterar esse quadro e nossas corporações deixem de tratar as unidades de carbono (humanos e outros terráqueos) como biocombustível ou gado de tração. A sobrevivência das duas consciências dominantes (nós e as corporações) no planeta dependem disso.

Algo me diz que eu devia ter terminado esse post alguns parágrafos acima :-)