Essa é Lyra, provavelmente em uma das primeiras cenas de A Bússola de Ouro (que entra em cartaz em 25/12/07).
Você acha que o mundo precisa de transformação? Que muitas das nossas convicções estão obsoletas, o autoritarismo e ameaças à liberdade (seja democrática ou religiosa) apontam para um futuro mais negro para a nossa espécie?
Já lhe ocorreu que talvez boa parte do mal que assombra a nossa civilização pode estar atrás de radicalismos fundamentalistas políticos, culturais ou religiosos que procuram impor as suas verdades ao resto do mundo a qualquer custo?
É disso que trata a trilogia literária Fronteiras do Universo (His Dark Materials em Inglês – uma referência a John Milton) que chega aos cinemas sob pesadas restrições e críticas de grupos religiosos que vestiram a carapuça e se identificaram com o poder totalitarista e até fascista que cruzará o caminho da protagonista Lyra Belacqua até o terceiro e último episódio.
Não se deixe enganar pelo fato de ser uma história de fantasia com bruxas e até ursos de armadura. Não há nada de infantil nos livros e provavelmente não haverá nos filmes.
Há uma série de perguntas e respostas feitas pelos fãs ao diretor no blog da MTV que já está na quarta parte. É para quem já leu os livros e pode estragar o prazer de quem não leu, mas se você não se importa pode ler as partes I, II, III e IV.
Ontem assisti “Across the Universe” e fiquei me perguntando o que falta para percebermos que as revoluções dos anos sessentas não são muito diferentes das que temos hoje sob nossa responsabilidade… Mesmo que a maioria de nós ainda não esteja atenta para isso.
Sempre que falo em novos paradigmas e os coloco ao lado de obras de ficção científica ou de fantasia tenho que encarar os olhares descrentes que subestimam o poder de penetração de obras como Senhor dos Anéis e Jornada nas Estrelas e tenho que iniciar uma longa defesa que não cabe aqui. Deixarei apenas uma reflexão: Em nossa cultura superficial e consumista quais obras conseguem romper a superfície da trivialidade e levar reflexões filosóficas, humanistas e morais consistentes para as massas senão as de fantasia ou ficção? Para cada Deleuze ou Kant podemos mostrar 10 dessas fantasias “infantis” que levantam as mesmas bandeiras.
Seja como for, não deixe de assistir o filme, melhor ainda, não deixe de ler a trilogia Fronteiras do Universo.
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