Recebi um email de um conhecido falando de um filme que mostra um pouco sobre o lado negro de Chê Guevara. No email vinha também o comentário de um conhecido dele se dizendo preocupado porque cultuar o mito de Guevara seria o mesmo que cultuar Hitler, o que me parece um grande exagero pelos motivos que expliquei na resposta abaixo:

Vou assistir o filme logo mais.

Antes disso tenho um comentário sobre o comentário do seu conhecido. ;-)

Dizer que andar com camisas do Chê é preocupante como se andassem com camisas do Hitler é um exagero.

Hitler, Chê, Ghandi, São Francisco de Assis, Kenedy e muitos outros tem duas facetas: sua imagem pública e aquela referente ao seu papel histórico.

Talvez Ghandi na verdade tenha sido preconceituoso, intolerante ou qualquer outra coisa que consideramos condenável, mas quem usa uma camisa com uma frase sua ou com sua imagem pensa na resistência pacífica contra o jugo alheio.

Da mesma forma Guevara representa para todos a união do povo contra o domínio alheio, mas pela força das armas e da revolução.

Pessoalmente não admiro muito nenhuma personalidade que use da força para atingir qualquer objetivo, nem que seja a liberdade pois o meu caminho é o da paz e me aproximo mais de Luther King (ou pelo menos da imagem pública dele) e de Francisco de Assis do que dos que se valem de discursos armados ou de armas de fato.

Isso não significa que condeno os caminhos da guerra. A paz é a minha utopia, mas talvez vivamos em uma era onde “virar a outra face” não seja uma opção para a maioria das pessoas que, ainda assim, precisam fazer algo para mudar o seu tempo e só lhes resta encontrar apoio em mitos da resistência ou da revolução.

Cultuar Chê Guevara é cultuar a mudança e isso é melhor do que a conivência muda dos que se acomodam.