Acabo de receber por email um discurso proferido por José Gallo, CEO da Renner, ao receber um prêmio da ADBV. O link para o original é este ai em cima (foi tirado do site, então apaguei o link)).

É um discurso cheio de razão, mas que ao meu ver se preocupa demais com detalhes, perde o contato com a visão geral do nosso problema e acaba concluindo que temos que nos rebelar contra a impunidade e falta de decoro dos políticos.

Prefiro ser mais sintético e comparar nosso país a uma família com pai, mãe, três filhos e quatro empregados.

Os empregados são o governo. O que podemos esperar deles se o chefe da casa trai a mulher, os filhos se drogam diariamente e a mãe se aliena diante da novela e todos eles se mostram mesquinhos e mentirosos no trabalho e no relacionamento com os amigos?

Hoje creio que temos o governo que nós mesmos fizemos. Se temos que nos rebelar tem que ser antes contra os nossos próprios pecados e contra aqueles que nossos amigos e colegas cometem.

Antes de esperar um exemplo do governo ou tentar puni-lo temos que ser nós mesmos o exemplo. Temos que olhar nos olhos do colega de trabalho ou do amigo de noitada e perguntar: porque você faz pirataria de software e de DVDs, mente no trabalho ou comete pequenos deslizes e espera que o governo não o faça?

Se queremos um país melhor amanhã temos que começar por nós mesmos, temos que nos envolver com ongs e organizações civis sérias, e não são poucas. Temos que trocar a intolerância e a rebeldia pela ação.

Mas eu não sou o CEO da Renner e, mesmo que esteja certo, poucos me darão ouvidos.