Talvez a H1N1, a chamada gripe suína, tenha inspirado alguém a ressuscitar a velha história dos porcos selvagens que comentei faz mais de um ano, ou talvez já seja o aquecimento da também velha tática de desinformação para seduzir nossos votos… Daqui a pouco vou começar a receber as mensagens da dita bancada da esquerda.

Dessa vez veio em apresentação:

Peça de propaganda anti-esquerda

Sem lembrar que tinha escrito sobre isso acabei respondendo novamente e, como é uma abordagem diferente, decidi publicar também:

Sou muito desconfiado com textos pró-comunismo-ditadura ou pró-fascismo, esse tende ao fascismo.

Tem umas imprecisões como dizer que “NÃO É POSSÍVEL ALGUÉM PRESTAR UM SERVIÇO MAIS BARATO DO QUE SERIA SE VOCÊ MESMO O FIZESSE”. O mais estranho é que essa é uma frase mais comunista do que capitalista, afinal isso é uma das bases do capitalismo e da produção industrial: a produção em série permite o barateamento da produção antes feita por mão de obra humana e artesanal.

É claro que não gosto dos projetos assistencialistas, mas conheço muita gente de regiões muito pobres do país que me contam que suas famílias tem saído aos poucos do estado de miséria e tem tido mais oportunidade e saúde para estudar e se tornarem independentes das ajudas do governo.

Trata-se de um equilíbrio muito delicado. Não creio que nosso país tenha condições de resolver os profundos hiatos sociais que acumulamos até hoje sem alguma medida assistencialistas, mas os votos fáceis do populismo são um risco enorme…

No entanto não creio que nos deixarmos seduzir pelo ódio característico da direita extrema seja parte do caminho para evitar que o assistencialismo seja usado como ferramenta de sedução. É meramente a troca de um grupo por outro: de um lado socialistas que agradam e de outro fascistas que controlam pelo medo.

Estou usando fascismo no lugar de capitalismo pois não acho que o capitalismo seja fascista, eu mesmo sou profundamente capitalista, ou melhor, neo-capitalista.

Não vejo caminho para a humanidade fora do capitalismo, mas também não vejo como sustentar a crença de Adam Smith que praticamente diz que os pobres devem morrer por seleção natural: se não são capazes de produzir que sejam escravos.

Sabemos que não é bem assim… As corporações do velho capitalismo nos tratavam como gado ou combustível orgânico, o filme Matrix chega perto de fazer uma metáfora para isso.

Qual é a solução que a apresentação sugere?

As ONGs, que são movimentos civis (embora haja, claro, várias falsas ongs) são demonizadas pois a sociedade no fascismo é vista como uma massa ignara e incapaz de interferir na política: somente os eleitos podem governar.

A única coisa que a apresentação nos diz é que devemos odiar os comunistas e que as pessoas que se deixam seduzir pelo assistencialismo (a grande maioria da sociedade brasileira em estado de miséria) são porcos.

Se devemos odiar os comunistas só nos resta entregar nossos votos aos radicais de direita.

Não farei isso.

O caminho para a democracia é a participação popular no processo político e isso nenhuma apresentação ou email repassado diz!

Toda mensagem sobre política devia começar e terminar do mesmo jeito:

Vigie, seus políticos, informe-se sobre o que está acontecendo, acompanhe ou forme grupos como o Transparência Brasil: http://www.excelencias.org.br/