De repente olhei minha timeline no Facebook e parecia que todo mundo fazia campanha contra a Black Friday.

Achei estranho pois economizei entre 30 e 60% em produtos que vinha perseguindo há quase um ano e vários amigos compraram coisas com ótimos descontos.

Acima de tudo me perguntava: por que falam mal dessa liquidação e não das outras?

Revirei de um lado e de outro as dezenas de comentários enraivecidos e artigos superficiais da imprensa até que entendi que o Black Friday não é uma liquidação como qualquer outra, mas a minha conclusão foi justamente o oposto do que estava vendo.

Vamos explicar sem enrolação:

No Brasil liquidação é uma bagunça, as empresas mentem que o preço desceu (dizem que no dia anterior o preço era o dobro quando não era), aumentam os preços uma ou duas semanas antes e o consumidor acaba comprando enganado (até mais caro do que fora da liquidação) ou percebe o engodo, mas não tem com quem reclamar (na verdade pode denunciar ao Procon, mas quem faz isso?).

Ai entra a Black Friday que é uma liquidação organizada.

O site de descontos Busca Descontos criou uma sessão específica para a liquidação (que você pode acessar clicando na imagem lá em cima) e aí várias coisas acontecem:

  1. Os coordenadores do Black Friday verificam se os descontos são verdadeiros
  2. Os consumidores tem um botão “denunciar” para avisar que o desconto é falso
  3. Os descontos falsos são derrubados do site (mas não necessariamente da loja ou do site da loja)
  4. Todo mundo começa a perceber as práticas escusas das lojas

Em suma: O Black Friday jogou a merda no ventilador!

A gente nunca pode confiar em liquidação nenhuma, mas isso não ficava tão evidente e não tinha bem um ponto central a culpar.

Portanto fugir do Black Friday é um erro, temos sim é que fazer o seguinte:

  1. Buscar sempre as ofertas no site oficial (link na foto lá em cima) e não nas lojas
  2. Denunciar no site oficial sempre que percebermos uma oferta falsa e, o mais importante
  3. Adquirir o hábito de comprar conscientemente perseguindo os produtos que precisamos, afinal, nas outras liquidações estamos por nossa conta e risco

Uma coisa interessante é ver como nós continuamos sendo manipuláveis.

Por que motivo saímos reclamando dessa liquidação se não fazemos o mesmo com as outras, justamente as mais fraudulentas? Será nossa rejeição mal resolvida da cultura americana (mal resolvida pq adoramos consumir como americanos)? Será porque o esquema da Black Friday deixa evidentes as armações?

Seja como for o importante é que a gente perceba que o problema não está restrito a essa liquidação e se mostra ainda pior em todas as outras.

Creio que a melhor lição que podemos tirar disso é o hábito de não comprar por impulso, mas fazer listas de coisas que realmente vamos precisar comprar em alguns meses, anotar de vez em quando quanto estão custando para poder, na hora que surgir uma promoção ou liquidação, escapar das armações que, pelo jeito, são numerosas e acontecem até em empresas que aprendemos a respeitar como FastShop, Saraiva, Ponto Frio (pelo menos o online) e várias outras que foram acionadas pelo Procon de São Paulo (pesquise para ver se realmente elas praticaram algo errado pois até o momento não está esclarecido).

Outros sites úteis: