Já tem uns meses que estou com este post guardado. Hoje vi uma entrevista com Robert Rappé no blog Pensamentos Humanistas (morreu) e tive que terminá-lo. Mesmo sabendo que este blog não atinge realmente muita gente.

Nós temos 8 metas globais para erradicar a miséria. A verdade é que seria muito melhor que já estivéssemos envolvidos em metas para fazer colônias fora da Terra, para organizar melhor a ilimitada produção cultural e científica de uma civilização onde todos tem condições de produzir arte e ciência e para levar o nosso desenvolvimento um passo além.

Ao invés disso estamos aqui embolados com nosso subdesenvolvimento e com a visão tacanha que pode existir um país desenvolvido e outro subdesenvolvido: Enquanto houver uma nação subdesenvolvida seremos uma civilização subdesenvolvida.

É bom que tenhamos metas para ir superando isso, mas tenho sentido falta de metas pessoais (não para mim, tenho as minhas) para erradicar esse subdesenvolvimento e, preferencialmente, nos lançar em direção a uma vida mais civilizada.

Pensando nisso escrevi 8 visões individuais para o século XXI. Depois vou escrever 8 ou 10 Metas Individuais para o século XXI que creio serem úteis a todos.

  1. O caos aparente da civilização não precisa implicar no caos real individual
  2. Podemos não ter grande impacto nos rumos da civilização, mas o medo, intolerância e preconceito que deixamos nos dominar certamente colaboram para retardar os nossos avanços coletivos
  3. Tolerância é intolerância educada: o antônimo de intolerância é admiração da diversidade
  4. A era da informação nos permite destacar nossas vozes individuais da algaravia das esquinas e salas de estar
  5. A capacidade de interpretar e filtrar informações construindo seu próprio conhecimento e opiniões é a grande qualidade intelectual do milênio. As qualidades estéticas já não valem grandes coisas
  6. Deuses são a voz da consciência que podemos vir a ter, mas são uma voz interior que diz a palavra certa para cada um de nós, não uma voz autoritária ditando regras para todos
  7. O passado não é melhor do que o presente ou o futuro. Evoluímos ou, se preferir, nos desenvolvemos levando as conquistas da ciência e do espírito a parcelas cada vez maiores da civilização
  8. O grande inimigo do futuro é a alienação, a fuga para o entretenimento sem conteúdo,  para o show pirotécnico do consumo

Seria muita pretensão elaborar oito visões definitivas para o milênio. Esse é o melhor rascunho que pude fazer até agora e ainda assim com várias restrições e a certeza de omissões. No entanto todos nós falamos em “fazer a nossa parte”, mas que parte é essa? É necessário pensar em visões para o milênio antes de enxergar as metas.