“Você quer ser feliz ou quer ter uma vida com sentido?”

“Não é possível ter os dois pois são caminhos tão absurdamente opostos…”

“Para ser feliz você precisa se entregar totalmente ao momento vivendo-o livre das culpas do passado e das expectativas do futuro. Para ter uma vida com sentido você precisa estar com os pés fincados no lodo dos atos passados e obcecado pelos problemas a resolver no futuro.”

O texto não é exatamente esse, mas é a ideia. Isso vem do décimo oitavo episódio de Heroes.

Pois é… Um seriadinho bobo de tv. Bem longe ainda de um Babylon 5, certamente nenhum Fronteiras do Universo e um nada diante de um Hamlet, mas ainda assim capaz de perturbar.

Eu estou perturbado pelo menos.

Vivo constantemente esse cabo de força entre uma vida divertida e aquele papo que aprendi com o Homem Aranha de “o poder traz responsabilidade”.

Confesso que fiquei surpreso com o surto de reflexão do seriadinho que até aqui vinha bem superficial. Tem até uns ares do Arquiteto de (argh) Matrix no Linderman – o sujeito que falou as frases mais acima – mas veio em boa hora. Estou precisando mesmo pensar sobre isso ou pelo menos cumprir o que disse algum tempo atrás e compartilhar minhas reflexões sem me sentir arrogantemente preocupado que elas não pareçam encontrar eco.

O mundo segue seu rumo através do labirinto das histórias de bilhões de humanos e quem somos nós para dizer que essa curva é pior do que aquela?

Existe um meio termo entre a vida com sentido e a vida feliz. 

A foto acima é do eclipse da lua no sábado (visto de Londres) para nos lembrar que algumas vezes somos nós que eclipsamos e obscurecemos as coisas.

Imagem: Eclipse Lunar de março de 2007 – Wikipedia