Vinte anos atrs assisti um filme onde, comeando por um garoto, todas as crianas comeam a deixar de falar. No por um minuto, mas at que algo fosse feito para deter a corrida nuclear que ameaava a vida dos seus pais e o futuro delas.
At onde eu sei isso nunca aconteceu e o filme sobre o protesto silencioso foi uma dentre muitas vozes que se levantaram para mostrar o que estava errado, exigir mudanas e sugerir caminhos.
Em um minuto no passa o nosso nibus, no cabe um comercial na tv, no d para ler uma matria no jornal ou escrever algo til.
Um minuto para demonstrar o amor ou o respeito que temos por algum certamente seria uma afronta. Imagine! “Meu amor! Para provar meu amor te esperarei por um minuto!”
Duzentos mortos num acidente areo e milhares de amigos e famlias marcados para sempre: um minuto de silncio
Dezenas de milhares de crianas sem perspectiva de futuro nas ruas de cada uma das nossas grandes cidades: um minuto de silncio…
Centenas de milhares morrendo em abortos clandestinos (a maioria crianas): um minuto de silncio…
O descaso e as suspeitas ligaes das autoridades que provocam boa parte dessas coisas: um minuto de silncio…
Quarenta anos de minutos de silncio empurrando nosso destino a esta encruzilhada onde agora nos sentamos e decidimos: mais um minuto de silncio ou j hora de usar nossa voz?
Quero dizer que tenho uma profunda admirao e respeito pela OAB que vem atuando magnificamente em muitas das mais importantes questes dos ltimos anos sempre com uma voz firme e ativa, mas no concordo com minutos de silncio, com o vazio que se forma no centro dos abraos Lagoa Rodrigo de Freitas pela paz.
Basta J! Dizem por ai, ento se basta levante sua voz! Erga os pilares da sua opinio em blogs, no dia-a-dia das ruas ou do trabalho.
S no esquea que sobre os alicerces do conhecimento imparcial dos fatos e das realidades do outro que se formam as opinies e no na mera repetio ou dando-se crdito s campanhas repletas de interesses que circulam por nossos emails e pela mdia: A nossa voz outra e no est na tv ou nas bancas de jornais.
Fantstico!
Muito bom… nunca havia parado pra pensar nisso por esse ponto de vista! Fantstico!
Gostei mesmo, como voc disse no e-mail.
Ramon