Depois do seminário de ontem sobre desenvolvimento sustentável e responsabilidade social fui prestigiar o aniversário de um amigo na champanheria (nem sabia que isso existia) Ovelha Negra. Foi um desastre!
Totalmente imbuído de 12 horas de reflexões sociais, econômicas e ecológicas eu estava naquele estado de euforia criativa! Em geral me controlo para falar de amenidades nessas situações, mas acabei revelando um pouco das intrincadas redes de associações que atravessam meus pensamentos o tempo todo indo do meu preconceito contra a Globo à exclusão social em uma única frase.
A certa altura me perguntaram sobre a obra de Tolkien e a comparei, como de costume, à de Shakespeare e Cervantes. Coisa que faço sempre sem medo.
Não que sejam semelhantes do ponto de vista literário, mas são semelhantes no impacto que causam em seus leitores, na capacidade de capturar o espírito de uma era e de influenciá-lo.
A obra de Tolkien fala sobre a corrupção do poder, sobre indivíduos simples que precisam superar um poder muito maior, sobre a determinação para cumprir nossa missão mesmo depois que a esperança morreu, sobre fidelidade aos amigos e sobre tantos outros princípios que são necessários aos nossos tempos. Só mesmo com um longo texto sobre o assunto para arranhar este aspecto da obra.
Outro ponto é sua influência que passa pelos jogos modernos (de computador, RPG) e outras formas de cultura popular como os seriados Jornada nas Estrelas, Babylon 5 e Guerra nas estrelas. E, talvez o mais importante de todos é o fato da obra ser a única das grandes obras do século XX a ir para os teatros modernos: as salas de cinema.
Por tudo isso e muito mais comparo sim a obra de Tolkien a outras obras imortais. Ainda que sua qualidade literária não chegue perto de um Machado de Assis ou Antônio Torres.
AAAH! Tive um troo agora! Tolkien no chega perto de Antonio Torres??? Valha-me! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHH!
Vc odeia mesmo o jeito de escrever do Torres, n? ;))))
Apesar de ser muito f de Senhor dos Anis eu no acho que o Tolkien era um grande escritor, ele era um grande criador de histrias com uma capacidade mpar de captar a essncia de uma era.
claro que ele no era medocre como a Rowling ou Dan Brown (respectivamente de Harry Potter e Cdigo da Vinci), mas eu no o colocaria ao lado de nenhum escritor com uma qualidade literria mais relevante, entendeu?
No odeio, no. S acho que ele muito mais prximo a um Ubaldo do que a um Machado. Acho que vc exagera legal quando fala dele. Nada contra o cara, tem coisas que gosto. Sou f de Ubaldo, li t-u-d-o do cara (do Ubaldo, no do Torres). s isso… Pega leve! Tolkien tem um puta valor (e olha que eu no gosto de nada do que ele escreve, a sim, uma questo de estilo literrio e gosto pessoal), assim como Machado, Torres, Ubaldo, Dan Brown e esqueci-o-nome-de-quem-escreveu HPotter. So autores que nos fazem debater, que nos fazem discutir, que nos fazem pensar no papel da literatura na sociedade e isso importantssimo. Agora, no d pra colocar Torres/Ubaldo no mesmo saco que Tolkien. Um cara inventou uma linguagem e um sistema social inteiros para embasar as suas estrias. O outro conta c e l coisas que v. At como estudo sociolgico no d pra juntar os dois. E isso no um gostar ou no: eu compro mais livros do Ubaldo do que compro de literatura clssica como Machado mas nem assim acho que tudo farinha do mesmo saco… Pega leve…
Roney,
No acho que tenha sido um “desastre” a noite em questo. Mas acho que voc no estava preparado para defender esse seu ponto de vista para aquelas pessoas. Eu, particularmente, no concordo com voc e voc sabe disso. Acho que essas obras no possuem toda essa profundidade que voc enxerga nelas – pra mim s um bando de gente brigando o tempo inteiro. Mas s o meu ponto de vista…
Bjo
Oi Boop!
D para ver que vc no leu antes de opinar, n? ;)))
Em alguns casos no adiante discutir. como falar explicar msica clssica para quem nunca escutou, teatro para quem nunca assistiu… Assim so obras como Paraso Perdido, O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha e tambm Senhor dos Anis. Quem no leu fica meio sem recursos para entender do que se trata.