Ainda o festival Dança em Trânsito, fonte de histórias para muitos diários!

Lagoa Rodrigo de Freitas, um público mais diversificado e culto que o da Barra, mas ainda menos comovente que o da Cinelândia.

Durante o festival provavelmente alguns milhares de pessoas tiveram seu primeiro contato com a dança contemporânea e descobriram uma nova forma de lazer e prazer que distrai sem alienar ao contrário de grande parte do entretenimento moderno.

Crianças de menos de um ano compenetradas, interjeições emocionadas e aplausos animados se espalhavam ao redor dos espetáculos da mesma forma que aconteceu nos outros lugares do festival. Entretanto em toda cesta há frutas passadas… Na Cinelândia eu não vi, mas devia existir. Na Lagoa vi apenas um grupo assim…

Reclamavam exaltados contra a invasão da sua quadra de basquete, faziam pouco da bailarina francesa que se preparava para se apresentar, esboçaram muxoxos e pirraças durante a apresentação e voltaram ao seu jogo de basquete assim que os 6 minutos do espetáculo terminaram. Voltaram ao seu jogo como fazem todo fim de semana, por uma, talvez duas décadas, até mais já que alguns já beiravam os 60 anos.

Enquanto a grande maioria das pessoas buscava o novo e expandia seus horizontes aquele grupinho permanecia ali preso em seus costumes diários (saudáveis ao menos, devemos reconhecer!).

Fiquei imaginando o que deve ser uma vida assim: nascer, estudar, se divertir, trabalhar, se divertir, envelhecer, se divertir, morrer… Jamais se atrever a uma experiência nova, olhar de um ângulo diferente, se reinventar de vez em quando!

Assim são as moscas: sua vida é muito efêmera e termina antes que possa experimentar algo além do vôo entre uma lixeira e outra…