Cheiro de sujo, de gente mal lavada, de chão empoeirado, de construções antigas, de bolor…

A brisa que percorre Copacabana espalha os odores do esquecimento, de bairro que ainda vive a sua memória como o velho que foi o garotão das praias, mas hoje conta mais dentes perdidos do que dentes sobreviventes.

A garotinha do Rio, já no fim da meia idade no entanto ainda guarda seus encantos, acolhe de braços abertos num abraço macio toda gente: da cor da noite, da nuvem no céu azul, sem lenço no bolso, de porta cigarrilhas de prata, com poucos anos na academia ou com muitos jogando vôlei. Copacabana é a princesinha do mar, mesmo com os olhos emoldurados pelos sulcos das preocupações com as gentes da rua, com o pó branco nos seus seios que se levantam para abrigar favelas.

Afora todo este carisma legítimo embora decadente, Copacabana é senhora absoluta de 27 dos meus 37. Cada um dos seus recônditos guarda uma lembrança e seu encanto se impõe irrevogável!

É bom estar de volta…