Acho que foi lá pelos cinco anos: a última vez que gostei do carnaval.

A culpa não é de ninguém, foram meus gostos mesmo que foram mudando, mas naquele dia me diverti tanto que até hoje lembro de estar com uma sandália, um short que parecia uma cueca e sem camisa. Eu achava que sambava muito bem!

Esta semana dei umas três voltas pela rua assistindo o movimento carnavalesco; na verdade fui para bater papo com amigos, mas não tem como fugir das bandas nessa época, não é mesmo? Um dos amigos odiava carnaval mais do que jamais odiei até hoje, ora! se entregar aos instintos de vez em quando é legal, pena que meu humor não anda bom para isso ultimamente. Vou deixar para o ano que vem.

Porque estou falando nisso? Ah! Os-cinco-anos-quando-tudo-era-mais-divertido,-mas não-porque-hoje-é-menos-divertido-e-sim-porque-meu-humor-mudou, foi por isso.

Costumo dizer que tenho 27 anos, tenho também 20, 15 e 12 anos porque lembro bem do meu jeito de ver o mundo e de pensar nessas épocas, por isso me dou bem com todas as idades. Mesmo assim a gente acaba se deixando levar por algumas ondas e deixamos de refrescar a memória e acabamos por esquecer dessas idades onde tantos tesouros se escondem.

Os anos da inocência não terminaram, são diferentes hoje do que eram quando a gente estava neles, mas ainda estão lá no videogame, nos faz-de-conta, nas primeiras paixões cheias de dúvidas e segredos.

Esse pessimismo que nos leva a fugir para as bandas regadas a álcool e feromônios é só uma coisa de velhos meio míopes.