O sucesso dos cantores de barzinho que se limitam a imitar bandas de sucesso é algo que sempre me incomodou. Nunca gostei de ter “mais do mesmo” em uma eterna sucessão de emoções copiadas, de imagens repetidas e histórias imitadas.

Acontece que estas coisas vendem! E vendem muito! A cultura efervescente é a sensação do momento: 15 minutos depois de ser mergulhada na papa que se tornou o cérebro do espectador, ouvinte ou leitor ela se desfaz totalmente deixando apenas as cócegas das bolhinhas!

Porque será que a maioria das pessoas não busca a boa arte, o novo, o surpreendente? É como se a maioria não desejasse experimentar seus sentidos, sim, pois uma música diferente (ou qualquer obra de arte na verdade) causa uma sensação nova, inspira reflexões, devaneios e até uma certa “revisão de conceitos”.

Desconfio que somos uma espécie com medo… Um enorme medo de olhar ao redor e ver a realidade como ela é, então revivemos as mesmas coisas todo o tempo, vamos a cinema para ver sempre as mesmas histórias ou, no máximo, histórias novas, mas vazias, que deixam um vácuo nos pensamentos e nos fazem esquecer mais do que lembrar, cegar mais que enxergar…

Não, a culpa não é da mídia, ela talvez não passe de um sintoma! Afinal toda semana, por mais de um ano, tenho enviado dicas de cultura independente, instigante e surpreendente por email (depois publico também em um boletim cultural on-line) e são pouquíssimos os que vejo aproveitando ou mesmo enviando suas próprias dicas…

A arte anda moribunda pois nossa própria alma anda abatida…