Depois de um dia cansativo me esparramo na cadeira reclinável diante do computador, estico o corpo, solto um longo suspiro… Deixo o Ahhh sair do fundo da garganta soando como o ressonar de um animal em hibernação.

Abro a caixa de mensagens, mas ignoro a caixa geral onde sei que há dezenas de mensagens repassadas totalmente sem conteúdo pessoal. É sempre uma bela história de alguma velhinha que já deve ter reencarnado, de crianças fofinhas que já devem ter caído na rotina diária de algum escritório.

Olho a caixa postal pessoal, aquela que só passamos para as pessoas que realmente escrevem mensagens pessoais e encontro quatro ou cinco mensagens lá…

Neste ponto precisamos de um breve preâmbulo. Exatamente para combater a mania de enviar mensagens impessoais mantenho o costume de enviar toda semana um email bem pessoal que escrevo pensando nos amigos a quem o destino (deixo todos eles disponívies on-line aqui – Tá em backup, um dia restauro). Nesta semana e na anterior vacilei e mandei para todos os meus amigos, inclusive 3 que, um ano atrás, pediram para ficar de fora. Fim do preâmbulo!

Entre as mensagens havia uma de uma amiga que não recebia meu boletim pedindo para continuar a receber e outra de um amigo reclamando pois já pedira uma vez para não receber os meus spams!

Puxa!? Juro que fiquei magoado! Escrevo aquilo com carinho! Nem falei nada, me limitei a dizer que estava apagando os dados dele da agenda para não correr o risco de enviar novamente sem querer (minha agenda é integrada com meu sistema de email).

Ao ver gente ficando assim tão seca e fechada forma-se em minha imaginação a imagem de salas mal iluminadas, cada uma com um rosto azulado pelo reflexo da tv e uma poltrona velha e afundada.

Espero estar errado! Na era do individualismo neurótico os amigos são a melhor luz para nos indicar o caminho para fora da caverna…