Hoje passei olhos por um programa na Globo que mostrava vários momentos da vilã vivida pela Renata Sorrah que é toda maldade e loucura, uma ode ao maniqueísmo.

Maniqueísmo em poucas palavras é a ideia de que o mundo se divide entre bem e mal, um deus criador e bondoso e outro perverso e destruidor, pessoas boas e pessoas más, eventos bons e eventos maus.

A maioria dos filósofos, intelectuais e até teólogos criticam este paradigma que, a despeito deles, parece ser a crença dominante dos nossos tempos, mas será que ele é ruim mesmo como os empoeirados pensadores insistem?

Pois acho que sim. Ao nos entregarmos à crença maniqueísta demonizamos o mal. É como se o político corrupto, o criminoso, o inimigo não tivessem mais qualquer traço de humanidade.

Lembro de Gen, de pés descalços, um mangá sobre Hiroshima no ano que antecedeu a primeira explosão nuclear. Fica claro que, assim como os japoneses eram vistos como demônios os aliados também eram. Quer dizer, garanto que tem muito político corrupto e marginal achando que os demônios são os cidadãos honestos, melhor dizendo, tem muito cidadão honesto que não sabe que pratica o mal, tudo porque ele se olha no espelho e não vê um demônio, então se ele não é mal então é bom.

Mas este post está chato, não gosto muito de falar nisso, tanto que a última vez faz quase um ano, quando falei em Maniqueu.