Ligue sua televisão depois de meia-noite e vague pelos canais convencionais… Meia dúzia de emissoras mostram um novo tipo de religião, que não fala em sabedoria, em Deus, em desenvolvimento pessoal ou em amor. É uma era de homens de terno diante de cenários que mostram pulsos cortados, vítimas de violência e de miséria.

Nas mensagens diárias a criação pertence ao demônio que rege sobre todas as coisas. Ganância, egoísmo, ira, medo, ignorância, inveja, tudo maliciosamente incutido no pobre humano que permanece livre de toda a culpa, que precisa, para se libertar, apenas ser abençoado pelos 318 pastores.

Não, ele não precisa olhar para si mesmo, conhecer seu próprio espírito, reconhecer seus próprios erros, aprender a ver atrás dos olhos dos outros e ver ali a manifestação da vida…

São vítimas dos mercadores do medo. Homens que se atrevem a vender fiapos das suas vestes, vasos com o tesouro de Deus e a construir réplicas do muro das lamentações onde uma horda de evangélicos veste um chupa e vai ao lugar investido de magia para chorar suas lamentações e obter a graça divina para resolvê-las.