Introdução para o visitante casual:

Definitivamente não sou o tipo de pessoa crédula: não me deixo levar por esses textos piegas que circulam pela Rede, vejo várias inconsistências na maioria das religiões e creio que é o esforço constante para nos tornarmos pessoas melhores que nos tornam pessoas melhores, e não aceitar esse ou aquele Deus.

Resumindo, estou mais para ateu, deista ou humanista do que para religioso.

Todos nós temos uma história com a religião, com alguma religião pelo menos.

O tempo, as decepções e conquistas podem nos afastar, mas quase todo mundo teve um dia um deslumbramento religioso.

Podemos chegar à fase adulta considerando que aquilo foi uma infantilidade e que a realidade é mais dura do que aqueles ideais fantasiosos das religiões. Mas um dia tivemos um contato com o misticismo.

O meu, como já disse, foi aos seis anos. Meus pais tem a foto e estou esperando que eles me mandem para contar a história toda aqui. Por ora o importante é que cheguei à fase adulta olhando torto para todas as religiões praticamente.

Hoje creio inclusive que a nossa consciência se extingue com a morte e volta a se perder nos oceanos de Gaia.

Mas parece que os Deuses tem outros planos para o que eu devo ou não crer…

Estou cercado de coincidências, todas me puxando para a lembrança daquele momento trinta e três anos atrás quando conheci o catolicismo em um convento franciscano.

Hoje a Coelha estava fazendo os sanduíches para o piquenique que vamos fazer hoje e assistindo O Toque de um Anjo na TV. Era um episódio sobre dois velhinhos prestes a fazer 50 anos de casados. E no final começou a vir da rua ao lado o som altísssimo de um culto religioso. A música dizia “segura na mão de deus e vai”…

Sinceramente? Não sou crédulo, mas está ficando difícil ser cético.

Nós dois tivemos que deixar as lágrimas correrem, pois aquele deslumbramento infantil talvez fosse fruto de uma visão do mundo menos poluída com conceitos, pré-conceitos, cansaço e decepções… Talvez exista um Deus que, sempre que nos mantemos abertos e precisamos ouvir, está lá para nos dizer “estou aqui”.