Foi ainda ontem, lado a lado com outros animais nos assustávamos com o rugido dos trovões, corríamos para a segurança de árvores ou cavernas juntando-nos em grupos como matilhas para nos tornarmos mais fortes que os perigos das nuas planícies.

Usando ossos, paus e pedras não éramos muito mais do que primatas engenhosos, mas desenvolvemos esta arma preciosa: a razão!

A mesma que nos afastou da inocência, despertou a consciência e nos expulsou do paraíso tornando-nos um pouco mais do que animais, mas bem pouco ainda!

Somos um outro elo, diferente daquele que fica antes dos Cromagnon, somos um elo psicológico entre o animal que intui e o animal que raciocina.

Deus

Ao ligar a TV durante a madrugada e ver pastores das mais diversas roupagens e credos apavorarem seus seguidores como faziam antigamente os trovões e os predadores é inevitável que nos questionemos sobre a natureza da nossa fé e do nosso espírito.

Será que ainda precisamos de outros homens que nos digam onde está Deus? Será que já não está na hora de contar menos com este pai e agir como adultos?

Poder

Fugimos das estepes repletas de predadores para feudos repletos de doenças e destes para cidades repletas de predadores. E quando eles não estão lá criamos lendas urbanas e campanhas de terror para escondê-los nas sombras. Nos escravizamos aos medos primitivos que nos levavam ao alto das árvores e ao fundo das cavernas.

O poder já não é mais necessário ou benigno, é um mito obsoleto do tempo em que não sabíamos ter bom senso, hoje a solução se tornou um dos nossos maiores problemas…