Ao ver personagens como Delirium e seus irmãos, os Eternos de Neil Gaiman, podemos acabar nos esquecendo dos nossos próprios delírios…

Somos animais racionais, não muito diferentes de todos os outros… Nosso corpo responde a perigos irreais como todo organismo animal responde às ameaças mortais. Nossos músculos retesam, o sangue se enche de adrenalina e os batimentos se aceleram. No entanto a maioria dos nossos riscos são de outra sorte e raramente ameaçam nossas vidas, ainda que este perigo seja o medo da violência, mas é um perigo imaginário à partir do momento que a violência é uma possibilidade e não um fato presente.

Nos fechamos em cidades, vestimos roupas e tentamos esquecer nossas origens entre florestas e feras. Vivemos uma realidade tão delirante quando a de Delirium. Como ela deixamos o deleite da vida primitiva em troca do delírio de um mundo inventado em nossas fantasias…